O momento em que um candidato à analisando chega à clínica é um momento de acolhimento. No caso, enquanto psicanalista online, quando alguém busca seu desejo de análise aparece um bloqueio em minha agenda online. Um nome, um e-mail e um telefone. No dia e horário marcado abre-se a câmera e neste momento há um encontro. De um lado um analista e do outro um candidato à análise. Quem é você? — é a pergunta que, em geral, inaugura neste primeiro momento.
Pode parecer uma pergunta simples, mas não é. É um momento em que o candidato à analista tem a oportunidade de escutar não só quem é aquela pessoa que diz ser, mas também de ouvir o que ela tem a dizer sobre o que fez com que fizeram com ela e que resulta na elaboração de ser quem acredita ser.
Não há análise durante este primeiro contato, que é um encontro. O que há é a escuta sobre como esta pessoa se nomeia e é nomeada, de onde veio, como conheceu meu trabalho, o que a trás até minha clínica, quais são suas dores físicas e emocionais, qual é a sua queixa… É um momento único de encontro, onde não existe a passividade, mas o desejo em ato. Se o analisando ainda não é um analisando propriamente dito, por não haver análise e portanto é um candidato, o analista também está fora desta posição e é um candidato à analista.
É neste momento que acordos são feitos, valores são firmados, e que a posição de candidatos vai desaparecendo conforme as sessões vão passando dão espaço às posições de analisando e o analista. É neste ponto que a análise começa.